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Filme de estudante da UnB é um dos concorrentes do Festival de Guadalajara

  • Publicado: Segunda, 12 de Março de 2018, 13h48
  • Última atualização em Segunda, 12 de Março de 2018, 14h27
 
Ronayre Nunes* 
postado em 10/03/2018 12:00 / atualizado em 10/03/2018 15:57
 
 
Cena do curta-metragem 'Censurado'
(foto: Reprodução/YouTube)
 
O cinema brasiliense está sendo bem representado no Festival Internacional de Cine em Guadalajara, no México. O jovem Pedro Henrique Xavier Buson, de 23 anos, é o diretor de um dos concorrentes da categoria melhor curta-metragem iberoamericano, o filme Censurado.
 
 O jovem contou ao Correio que estuda audiovisual na Universidade de Brasília (UnB) desde 2013, e que o filme – com roteiro de Felipe Fialho – foi resultado de uma parceira entre dois centros de ensino superior (a UnB e o Iesb) para a realização de uma película que representasse o cinema nacional para 50ª ediçaõ do Festival de Brasília, em 2017.
Censurado
A produção apresenta o trabalho de dois censores durante 1971, no auge da ditadura militar. Segundo Buson: “Foi um curta para homenagear o cinema, como uma referência a vários outros filmes que marcaram a história do cinema. A gente decidiu que a moral do filme é fazer a reflexão: o que vence, a paixão do público pela arte, ou o medo de um regime fascista?”.
 
A exibição de Censurado em Guadalajara rendeu ao curta a pré-seleção na lista dos filmes analisados para o Oscar 2018, sendo que ele concorre com outras 29 produções. O diretor não esconde o entusiasmo com o momento e comemora as oportunidades proporcionadas pelo filme: "Primeiro que esse festival é o maior da América Latina. Por exemplo, em alguns dias teremos um encontro com o ganhador do Oscar, o Guillermo Del Toro (diretor de A forma da água), que nasceu aqui em Guadalajara. Ele abriu muitas portas pra mim. Já teve uma produtora aqui do México que me procurou para uma reunião, é uma experiência completamente diferente e abre portas para que outros festivais já fique mais de olho no meu nome e de outros colegas que fizeram um filme comigo".
 
Você pode ver o curta abaixo: https://youtu.be/VELf5B6_ZjM
Hollywood
E a história não para por ai. Buson pode chegar mais longe ainda com o curta Censurado, já que a produção foi selecionada – entre outras cinco – para o programa Cinema +. Realizado por uma emissora, uma agência publicitária e uma empresa de tevê a cabo, o projeto premia o curta ganhador com uma bolsa de estudos em uma universidade na Califórnia, Estados Unidos.
 
A melhor notícia é que você pode participar na votação e ajudar Buson a conseguir este prêmio. Basta ir neste link e votar na produção Censurado.
Cinema brasileiro
Para Beson, o cinema nacional tem capacidade de produção e pode ser bem sucedido em circuitos mundo afora, porém a distribuição ainda é um ponto a se melhorar. "Um dos grandes problemas do Brasil é a distribuição. A gente produz mais de 120 longas todo ano no país, mas nos cinemas a gente vê mais a produção norte-americana ou francesa. O que é bom para que o publico tenha acesso ao conteúdo internacional, mas o conteúdo nacional acaba ficando em um circuito fechado de festivais, sendo que as salas de cinema preferem as produções de blockbuster. Eu acho que devia começar um plano de distribuição, não só de cinema, mas de teatro, música”, defende.
 

Sobre a arte nacional, o diretor ainda completa: "O Brasil ainda valoriza pouco a cultura em relação a outros países. A gente vê artistas de outros países tendo um destaque grande e a gente se pergunta porque no Brasil não tem isso. Muitas pessoas dizem que o cinema nacional é ruim, mas não conhecem 10% da produção que é feita todo ano”.
 
Fonte: Correio Braziliense, 10/03/2018
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