Cascavel sedia nesta quinta-feira (24) às 19:30 horas no Centro Cultural Gilberto Mayer o espetáculo de teatro “ Murro em Ponta de faca”. A peça traz um relato sobre a Ditadura no Brasil e na América Latina em abordagem histórica e pertinente montagem pois, passados mais de 50 anos do Golpe Militar, o Brasil, continua réu na Corte Internacional dos Direitos Humanos pelos mortos e desaparecidos no Araguaia.
A peça está em turnê pelo Paraná e a cidade da vez é Cascavel. O texto é de Augusto Boal, com direção de Paulo José e elenco de Curitiba, escrito em 1974 por Augusto Boal (1931-2009) durante seu exílio político e apresentado pela primeira vez no Brasil em 1978, em São Paulo, com a direção do próprio Paulo José, somando-se à luta pela redemocratização do Brasil.
Mais de trinta anos após a primeira montagem, a nova temporada relembra a saga escrita durante a ditadura militar por um exilado (o próprio Boal) contando sua história após ser preso, torturado e obrigado a sair do país.
Murro em Ponta de Faca conta a trajetória de três casais de brasileiros exilados – burgueses, operários e intelectuais – e obrigados a conviver no mesmo espaço físico. E, a despeito das diferenças, descobrem-se ligados por um sentimento comum: não pertencem a lugar nenhum, vivem em um tempo suspenso.
“Boal costumava manter certa distância em relação aos seus personagens, um olhar irônico. Mas, aqui, é como se ele se identificasse, tivesse uma afetividade por eles. É um texto sobre exilados escrito por alguém que também estava no exílio”, comenta Paulo Jose.
A montagem, selecionada pelo edital Myriam Muniz da Funarte, estreou, não por acaso, no dia 31 de março de 2011, em Curitiba. Em 2017, através da Lei Estadual/Profice e incentivo da COPEL, o espetáculo circula por 11 cidades do Paraná (Ponta Grossa, Pinhais, Araucária, Campo Largo, Guarapuava, Umuarama, Arapongas, Maringá, Piraquara, Cascavel, Paranaguá).
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