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Espetáculo sobre a ditadura circula pelo Paraná

  • Publicado: Quinta, 10 de Agosto de 2017, 12h01
  • Última atualização em Quinta, 10 de Agosto de 2017, 12h03

Onze cidades recebem 15 apresentações, oficinas de iluminação e debates, com participação de moradores de cada cidade, que vivenciaram o período autoritário
09/08/17 às 14:05   Redação Bem Paraná com assessoria

(foto: Divulgação)

 

A montagem do Espaço Cênico para o texto clássico de Augusto Boal, “Murro em Ponta de Faca”, faz em agosto e setembro uma temporada de circulação por 11 cidades do Paraná.  Com direção de Paulo José, a peça, que trata da ditadura militar brasileira, será apresentada em Piraquara, Ponta Grossa, Guarapuava, Cascavel, Umuarama, Arapongas, Maringá, Pinhais, Araucária, Campo Largo e Paranaguá. Além de 15 apresentações, o cronograma conta com cinco oficinas de Iluminação com o premiado Beto Bruel, além de 15 debates com a participação de convidados de cada cidade, que vivenciaram os anos da ditadura no Brasil.

A temporada inicia no dia 18 de agosto, no Theatro Municipal Heloína Ribeiro de Souza, em Piraquara, e segue até 3 de  setembro, com novo elenco: Abílio Ramos,Gabriel Gorosito, Edson Bueno, Patrícia Saravy, Raquel Rizzo e, além de Nena Inoue, criadora e diretora da companhia Espaço Cênico.  As atividades iniciam com a aula aberta de Iluminação, com Beto Bruel, sem necessidade de inscrição prévia, e seguem após a apresentação da peça com o debate “Exílios e Pertencimentos”.

Selecionado no primeiro edital da lei Estadual de Incentivo a Cultura/PROFICE, a turnê “Murro em Ponta de Faca” conta com o patrocínio da COPEL.

Emblemático texto da dramaturgia brasileira, escrito por Boal em 1974 foi o primeiro texto do autor montado no Brasil durante seu exílio no exterior, em 1978, pelas mãos do mesmo Paulo José que em 2011 aceitou o convite de Nena Inoue e segue assinando a direção do espetáculo, desde então.

Murro em Ponta de Faca conta sobre um grupo de exilados brasileiros em suas trajetórias pelo Chile, Argentina e França. Um relato do Brasil e da América Latina à época da Ditadura, em precisa radiografia histórica e temática universal, sob o olhar de Augusto Boal e Paulo José, dois grandes nomes do teatro no Brasil e no exterior.

“Passados 50 anos do Golpe Militar, trazer a cena o contexto histórico da ditadura brasileira e latino americana, período fundamental para o entendimento dos rumos da Democracia do pais”, pontua Nena Inoue, idealizadora da montagem que também atua.   

A peça traz o exílio como temática, prática sempre presente na história da humanidade, que se por um lado é fruto da negação, da dominação, da intolerância e da exclusão, por outro, é a negação da negação, a resistência, a luta pela afirmação. Um trabalho que insiste que lembrar é resistir. “Hoje existe a prática da filosofia do perdão, do viver e deixar viver... eu afirmo que importante também é não esquecer, pois a perda de memória pode nos levar a repetir o erro”, diz o diretor, ressaltando a importância da montagem.

“Montei esta peça quando, após uma leitura dramática no Espaço Cênico, constatei que os jovens na plateia não sabiam sobre este período do Brasil. Afinal, é mais uma das coisas graves que passaram impunes no Brasil, que por isso continua réu na Corte Interamericana dos Direitos Humanos, por conta dos crimes cometidos na Ditadura e porque não levou a julgamento nenhum dos torturadores...acho que nunca levará, e assim a justiça não acontecerá. Então me sinto no dever de mostrar o que aconteceu”, completa Nena. 

Considerando a excelência dramatúrgica e atualidade da obra, a montagem busca estender a obra de Augusto Boal e apresenta não só a ditadura brasileira, mas também a latino-americana.

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A intenção é valorizar a memória nacional e ressaltar um período recente da História do Brasil ignorado por muitos, além de insistir no reconhecimento de brasileiros  que resistem”, observa a atriz. Selecionado único pelo Paraná no Prêmio Myriam Muniz 2010 de montagem, o espetáculo estreou não por acaso, dia 31 de março de 2011, no Festival de Curitiba, no Espaço Cênico, e realizou temporadas no Rio de Janeiro e São Paulo, apresentando-se em diversas cidades do país com apoio de editais de circulação da Caixa Cultural, Funarte e Petrobras Cultural.  

SERVIÇO:

Piraquara

Data: 18/08

Horário: 19h30

Local: Teatro Municipal Heloína Ribeiro de Souza

21h Debate “Exílios e Pertencimentos”

** 16h Aula Aberta de Iluminação com Beto Bruel

 

Ponta Grossa

Data: 19/08

Horário: 19h30

Local: Cine Teatro Pax - UEPG

21h Debate “Exílios e Pertencimentos”

** 16h Aula Aberta de Iluminação com Beto Bruel

 

Guarapuava

Data: 22/08

Horário: 19h30

Local: Auditório Unicentro Guarapuava

21h Debate “Exílios e Pertencimentos”

** 16h Aula Aberta de Iluminação com Beto Bruel

 

Cascavel

Data: 24/08

Horário: 19h30

Local: Centro Cultural Gilberto Mayer

21h Debate “Exílios e Pertencimentos”

* 16h Apresentação extra para Projeto Escola

** 16h Aula Aberta de Iluminação com Beto Bruel

 

Umuarama

Data: 25/08

Horário: 19h30

Local: Centro Cultural Vera Schubert

21h Debate “Exílios e Pertencimentos”

* 16h Apresentação extra para Projeto Escola

 

Arapongas

Data: 26/08

Horário: 19h30

Local: SESI Arapongas

21h Debate “Exílios e Pertencimentos”

 

Maringá

Data: 27/08

Horário: 18h

Local: Teatro Callil Haddad

19h30 Debate “Exílios e Pertencimentos”

 

Pinhais

Data: 31/08

Horário: 19h30

Local: CEU Pinhais

21h Debate “Exílios e Pertencimentos”

* 16h Apresentação extra para Projeto Escola

 

 

Araucária

Data: 01/09

Horário: 19h30

Local: Teatro da Praça

21h Debate “Exílios e Pertencimentos”

* 16h Apresentação extra para Projeto Escola

 

Campo Largo

Data: 02/09

Horário: 19h30

Local: Centro Cultural Inspirarte

21h Debate “Exílios e Pertencimentos”

 

Paranaguá

Data: 03/09

Horário: 18h

Local: Teatro Raquel Costa

19h30 Debate “Exílios e Pertencimentos”

 

Indicado a maiores de 14 anos.

Entrada Franca.

Duração: 1h40.

Fonte: Bem Paraná, 09/08/2017

Disponível: https://www.bemparana.com.br/noticia/519167/espetaculo-sobre-a-ditadura-circula-pelo-parana

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