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Expoente da Igreja na luta contra a ditadura, Marina Bandeira morre aos 94 anos

  • Publicado: Quarta, 15 de Mai de 2019, 16h21
  • Última atualização em Quarta, 15 de Mai de 2019, 16h25

Ex-secretária de Dom Hélder Câmara foi uma das fundadoras do Movimento de Educação de Base 

Luciano Ferreira
14/05/2019 - 22:02 / Atualizado em 15/05/2019 - 07:47

 


Marina Bandeira nos preparativos para o Congresso Eucarístico Internacional, em 1954. Foto: PUC / Reprodução

 

RIO — Uma das fundadoras do Movimento de Educação de Base (MEB) e da Comissão Brasileira de Justiça e Paz (CBJP), Marina Bandeira morreu na última terça-feira, aos 94 anos. Como assistente na Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), trabalhando diretamente com Dom Hélder Câmara, ela participou ativamente dos embates entre a Igreja e o governo militar durante a ditadura, por quem foi identificada como “comunista infiltrada na Igreja Católica”.

Posteriormente, em 1996, com o professor Cândido Mendes, escreveu o livro "Comissão Brasileira Justiça e Paz (1969-1995): Empenho e memória". Segundo o educador, a história de Marina está “intrinsecamente ligada à luta pela democracia brasileira frente aos anos de ditadura”. Ele diz ainda que ela "desdobrou-se das denúncias às cartas e às marchas na defesa da sua visão evangélica dos direitos humanos e do respeito ao outro".

Em nota, o CBJP informou que Marina deixa como exemplo "uma luminosa vida de quem soube viver desde a fé, fundamentada no Doutrina Social da Igreja, os destinos do povo brasileiro em sua saga por liberdade, direitos e soberania" e que "como cristã leiga e profundamente comprometida com os valores democráticos e da dignidade do homem, destacou-se na promoção de estudos e reflexões sobre educação e direitos humanos".

Antes da atuação na Igreja, trabalhou no Departamento de Imprensa da Embaixada da Índia, quando viu Dom Hélder Câmara pela primeira vez durante uma palestra, em 1954. Na Igreja, ela também participou da criação da Rede Nacional de emissoras católicas.

Em 1973, chegou a ser convocada pela Igreja Católica para ir a Roma, onde ocuparia o cargo de diretora da Comissão Justiça e Paz no Vaticano, mas acabou optando por permanecer no Brasil. Em 2013, lançou o livro "Vigília e testemunho", em que narra histórias do período de combate à ditadura.

 

Fonte: O Globo, 14/05/2019
Disponivel em: https://oglobo.globo.com/sociedade/expoente-da-igreja-na-luta-contra-ditadura-marina-bandeira-morre-aos-94-anos-23665678 

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