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MPF – Campanha divulga site que reúne documentos sobre violações de direitos durante a ditadura

  • Publicado: Quarta, 16 de Agosto de 2017, 14h22
  • Última atualização em Quarta, 16 de Agosto de 2017, 14h22

“Não deixe a história desaparecer, muito menos se repetir” – esse é o slogan da campanha lançada nesta terça-feira (15) pelo Ministério Público Federal (MPF) para divulgar o sítio eletrônico Brasil: Nunca Mais Digit@l. O site reúne o acervo do projeto Brasil: Nunca Mais e disponibiliza na internet mais de 850 mil páginas de processos judiciais movidos contra presos políticos durante a ditadura militar. Os documentos históricos foram digitalizados, tratados e indexados por meio de ferramenta de busca, o que permite a pesquisa e a consulta de termos no interior dos arquivos. Além dos processos do Superior Tribunal Militar (STM), a base de dados disponível inclui documentos históricos do Conselho Mundial de Igrejas e da Comissão de Justiça e Paz de São Paulo.

O site BNM Digit@l também conta a história do projeto Brasil: Nunca Mais, desenvolvido pelo Conselho Mundial de Igrejas e pela Arquidiocese de São Paulo, sob a coordenação do Reverendo Jaime Wright e de Dom Paulo Evaristo Arns. O Brasil: Nunca Mais é a mais ampla pesquisa realizada pela sociedade civil sobre a tortura política no país. “O projeto teve três principais objetivos: evitar que os processos judiciais por crimes políticos fossem destruídos com o fim da ditadura militar, tal como ocorreu ao final do Estado Novo; obter informações sobre torturas praticadas pela repressão política; e divulgar essas informações e documentos, para fomentar a discussão e cumprir um papel educativo junto à sociedade brasileira”, explica um dos coordenadores do projeto, Marlon Alberto Weichert, procurador regional da República na 3ª Região.

Antes do fim da ditadura, advogados e ativistas em direitos humanos trabalharam sigilosamente, fazendo cópias em xerox de todos os processos em tramitação do STM, muitos dos quais comprovavam as torturas e outras violações de direitos durante o regime militar. Foram cinco anos de trabalho. As mais de 850 mil páginas de processos copiadas foram microfilmadas e enviadas ao exterior. O resultado foi a publicação de um relatório e um livro em 1985. O sucesso da publicação continua influenciando gerações e impulsionou o compromisso do Estado brasileiro com o enfrentamento à tortura.

Acervo na internet – Os 543 rolos de microfilmes do projeto estavam nos Estados Unidos e, em 2011, foram repatriados a pedido do Ministério Público Federal. Começou então o trabalho de disponibilizar todo esse conteúdo na internet. O BNM Digit@l é um projeto idealizado pelo MPF em parceria com o Armazém Memória e com o Arquivo Público do Estado de São Paulo. Além disso, contou com o apoio de mais de 15 entidades comprometidas com a promoção dos direitos humanos e dezenas de colaboradores.

Os documentos históricos foram digitalizados, tratados e indexados por meio de ferramenta de busca e disponibilizados no site do projeto em 2013. Agora, o site foi reformulado e ganhou versão mais atualizada e moderna, com tradução do conteúdo para o inglês e para o espanhol. Veja aqui a história completa do projeto.

A campanha – A campanha do MPF é composta por vídeo de 30 segundos, que será veiculado na redes sociais e em emissoras de tevê públicas e privadas, spot de rádio e posts para redes sociais. O objetivo é estimular o acesso ao site e, assim, preservar a memória de um momento crucial da história brasileira. Toda veiculação da campanha será feita mediante parceria (sem compra de espaço publicitário).

Fonte: IC News, 15/08/2017

Disponível: http://www.diarioinduscom.com/mpf-campanha-divulga-site-que-reune-documentos-sobre-violacoes-de-direitos-durante-a-ditadura/

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